Mariana Ramos e Catarina Nunes desde o início das suas práticas artísticas têm desenvolvido um corpo de trabalho pleno de referência a conceitos científicos. Os seus percursos cruzam-se no encanto pela natureza e pela sua interpretação.

Mariana na apropriação dos conceitos científicos cria instalações onde a ficção e a realidade se confundem. Como por exemplo a instalação Museu de História Natural do Ota, um ser vivo criado e que precisava de confirmação científica da sua existência. Ou o Projeto Caput, que se desenvolveu em várias instalações em diferentes locais, era simulado um estudo científico de uma nova espécie “Os Pratereuntes”. O simulacro do Museu de História Natural confere às instalações um aspecto verossímil de uma realidade ficcional. O Atractor estranho de Edward Lorenz serviu de ponto de ignição para a instalação Pontuação a 5 tempos e 10 andamentos, numa observação distante das várias trajetórias produzidas por transeuntes Lisboetas.


Catarina dedicou parte do seu processo criativo à mimetização de estudos biológicos, levando a ramificações exploratórias de procura e identificação de criaturas imaginárias de sensibilidade aquática, visível entre outros nas séries escultóricas Kodama, Carnívoras e Seres intencionados, ou outras ligadas a vírus e micro-organismos.  A geologia é também preponderante na sua sensibilidade estética. Na instalação Secret Art, surgida em residência no deserto da Namíbia, descobre segredos escondidos nas rochas, no vento e na aridez solitária. Participa em exposições Nacionais e Internacionais desde 1998.

Numa viagem à ilha de S. Miguel, encontram no OMIC (Observatório Microbacteriano dos Açores)  o cantinho dos extremófilos, microorganismos que vivem sob condições extremas. Este tópico fascinante provocou uma pesquisa intensa sobre estes seres que as transporta para uma relação com a astrobiologia e com a possibilidade da existência de vida microbiológica noutros planetas.