MORFOLOGIA 

O Methanum Cupiditatem observado nesta expedição possui um corpo segmentado, comparável em aparência aos membros articulados de um aracnídeo terrestre. Com uma altura total que varia entre os 7 e os 15 cm.

O corpo central  é constituído por uma superfície côncava hispida e irregular de consistência não compreensível e cor dourada. Por observação ainda não foi definida a sua função.

Usualmente observado com 7 membros que se articulam a um corpo central, estes têm um comportamento morfologicamente semelhante com o dos rizóforos terrestres (como caules aéreos dos mangais que favorecem o surgimento de raízes adventícias).

Em momentos de absorção energética os seus membros destacam-se, surgindo novos membros adventícios e estendem-se até atingirem uma altura igual ao dobro da sua altura normal. Esta extensão rugosa aparenta estar coberta de regolito Titâneo.

PIGMENTAÇÃO

A sua pigmentação exterior do Tagma e dos membros tem uma coloração azul que resulta do produto final da sintetização metabólica do metano.

As cores dourada e esbranquiçada da parte côncava do corpo central é gerada através de cores estruturais resultado de áreas de cutículas que atuam como reflectores de luz.

Quando estendidos os seus membros inferiores apresentam uma coloração negra.

LOCOMOÇÃO

Pensa-se que esta espécie poderá ter algum tipo de capacidade de controle temporal ainda desconhecido para a humanidade, já que por um lado se move de forma muito lenta e subtil, mas por outro num micro segundo podemos encontrá-la a 3 metros de distância. O seu meio de locomoção é tão subtil e tão acelerado que é impossível observar sem instrumentos adequados.

Não possui nem esqueleto nem exoesqueleto observável, mas tem uma locomoção hirta sustentada pelos elementos que o constituem (comparáveis a células com base em azotossomos) que, quando agregados, formam uma espécie de cristalização rígida e vigorosa.

METABOLISMO

As suas partículas são constituídas por membranas criogénicas criadas a partir dos compostos químicos Titâneos e possui uma respiração anaeróbica baseada na sintetização do metano.

A sua anatomia respiratória  é ímpar. Realiza as trocas gasosas através da sua superfície exterior. Os gases movem-se por difusão penetrando no corpo através de um mecanismo análogo aos espiráculos.

Utiliza as extensões dos seus membros para a obtenção de energia. Como um processo análogo às raízes palafitas terrestres, absorve e sintetiza hidrogénio, acetileno e etano.

COMPORTAMENTO SOCIAL

Não foi identificada qualquer distinção entre os períodos de atividade dos Methanum Cupiditatem. Mantêm uma dinâmica constante tanto notívaga quanto diurna, sem alturas evidentes de descanso.

Aparentam possuir comportamentos sociais complexos e territoriais. Agrupam-se em comunidades de cerca de 2O a 3O indivíduos e emitem vocalizações agudas de proveniência ainda por identificar. A sua comunicação inclui a produção de aminoácidos com base em moléculas de etano que escorrem dos espiráculos cutâneos e se espalham através do regolito no solo.

HABITAT

MACRO AMBIENTE

Titã, o maior satélite natural de Saturno, possui uma atmosfera  composta principalmente por nitrogênio com nuvens de metano e etano. A sua atmosfera muito densa bloqueia a luz solar, que demora 8 dias terrestres até a atravessar e lhe confere um tom ocre.

Nesta lua gelada a temperatura à superfície é de cerca de -179ºC o que faz com que a água se encontre gelada, comportando-se como material rochoso, e os hidrocarbonetos (metano e etano) se encontrem em estado líquido, formando  rios, lagos, oceanos e deltas. A existência destes líquidos associada à abundância de nitrogênio na atmosfera criam um ciclo de metano análogo ao ciclo hidrológico da Terra. É dominada por padrões climáticos sazonais, com ventos e chuvas que propiciam a presença de dunas de areia formada por grãos de gelo (H2O). 

O seu interior é quente  possibilitando a existência de grandes reservatórios subterrâneos de água líquida.

MICRO AMBIENTE

Titã tem poucas crateras de impacto, mas possui várias montanhas e criovulcões (Vulcões gelados) que expelem metano em vez de lava.

É numa das ilhas que povoam o Mare Ligeia na região de Fensal (polo norte) que se encontra o habitat do Methanum Cupiditatem.

Com cerca de 3Okm2 a ilha Arceus alberga um pequeno criovulcão e um sistema de grutas e algares subterrâneos nos quais a temperatura atinge a uns amenos -2OºC. O seu solo arenoso abriga todo o seu ecossistema. Aqui onde não chega a luz solar as criaturas aninham-se nas cavidades rochosas e deslocam-se no seu tecto contornando estalactites e contrariando a gravidade.

O ambiente de fluidos viscosos e a atmosfera densa provocam uma desaceleração das suas reações bioquímicas.