Subimos a âncora e partimos em naus imaginárias rumo ao espaço, à procura de novos mundos onde a existência biológica seja possível. Em paralelo com naturalistas de outros tempos, move-nos o fascínio pela descoberta de novas formas de vida, de matérias insólitas, e do que nos pode levar ao encontro de outros caminhos.

Esta jornada foi impulsionada pelo estudo de extremófilos (seres que vivem sob condições extremas), habitantes das fontes termais açorianas.

Nas últimas décadas, a descoberta contínua de novos extremófilos terrestres fez surgir a dúvida: será que procuramos vida extraterrestre da forma adequada? Cada vez mais, é aceite a probabilidade de encontrarmos seres com morfologias distintas das da Terra e com necessidades inauditas.

No cenário ficcional desta expedição espacial, exploramos o macrocosmo de três exoplanetas e deparamo-nos com seres vivos com características semelhantes a microorganismos extremófilos terrestres.

Viajamos ao encontro de novas interpretações morfológicas, orgânicas ou biológicas e desenvolvemos leituras de possíveis paralelos ao nosso entendimento da consciência, concebendo uma forma aproximada de relação antropológica.

Nesta investigação, vamos criando seres que têm um corpo descrito morfologicamente, mas que também expressam, enquanto fontes motrizes desta averiguação artística, anseios, paixões, desejos, medos, relações simbólicas e até potencialmente teológicas, espelhando no seu corpo, o corpo das nossas próprias inquietudes.